Archive for 10 - maio - 2008

A grande verdade

Frase dita por Sandra de Sá na TV, nessa semana: “Tudo é ou não é, em relação a”.

10 - maio - 2008 at 21:10 5 comentários

Ainda sobre os Rebeldes

Um momento do show da banda RBD, ontem, na Barra da Tijuca, me fez perceber que os jovens de hoje são um pouco diferentes dos do meu tempo (hã hã). Tive um certo orgulho, confesso, daqueles fanáticos pelo fenômeno mexicano que criou uma novelinha boboca, pouco inteligente e até deseducativa em termos comportamentais devido à quantidade de barracos e maracutaias na trama. Logo na primeira parte do show, os integrantes da banda iam até a frente da passarela que saía do palco e davam uma “mensagem positiva” aos jovens que estavam na platéia.
Breguices à parte, um deles arrancou os mais emocionados e empolgados aplausos do público. Christian, rapaz de cabelos coloridos e maquiagem marcante, de microfone na mão, precisou de apenas uma frase pra arrancar lágrimas e aplausos que revelaram o apoio incondicional de seus fãs: “Obrigado por vocês me aceitarem como eu sou”. Há pouco mais de um ano o jovem astro assumiu sua homossexualidade publicamente aos milhões de fãs que o RBD tem mundo afora, a maioria crianças e adolescentes. Pouco depois, ele e o namorado anunciaram o casamento. Christian foi aplaudido também pelos pais que acompanhavam seus filhos.

10 - maio - 2008 at 13:34 5 comentários

Descoberta da latinidade

Fiz, há uns dois anos atrás, mais ou menos, para o Caderno B, do Jornal do Brasil, para o qual escrevo, uma matéria discutindo e constatando, de acordo com a opinião de estudiosos de várias áreas, que o Brasil está de costas para a América Latina. A reportagem foi motivada pela abertura de uma grande exposição de arte latinoamericana no CCBB, eu acho. Brasileiro, de uma forma geral, não se sente muito latino. Não se identifica com seus vizinhos, fala uma língua diferente, tem muito mais terra e por mais irônico que isso pareça, mais poder econômico. É até relativamente considerado menos subdesenvolvido.
Esse nariz de cera todo é para contar que ontem (não riam!), sexta-feira, fui ao show da banda jovem mexicana RBD, formado pelos protagonistas da extinta novelinha Rebelde. A missão era levar três primos pré-adolescentes para uma noite de catarse coletiva juvenil. O RBD já lotou o Maracanã, mas desta vez reuniu platéia menor, lotando apenas o Rio Arena (aquela multiuso do Pan, que tem um banco privado como patrocinador) , coisa de 15 mil pessoas. A tal novelinha já acabou há uns dois anos, mas a banda mantém a febre em seus fãs, em muitos países. A longa espera na platéia até o show começar, a euforia, as faixinhas na cabeça, as bandeiras e o choro histérico de meninas e meninos nascidos depois dos anos lembrou o fenômeno Menudo.
O que mais impressionou, entretanto, foi o espanhol perfeito do coro, que cantou todas as letras, por duas horas. O ensino do idioma não é obrigatório nas escolas brasileiras e nem é a preferência da garotada e dos pais, que os matriculam invariavelmente em aulas de inglês. A língua também não é predominante nas séries de televisão e nos filmes a que os jovens assistem (cinema argentino, colombiano ou espanhol é coisa de adulto zona sul, vamos combinar), nem nos clipes da MTV e do VH1. O fenômeno da gravatinha vermelha no pescoço, porém, por maior pobreza cultural que a novela e as letras das músicas da banda apresentem, fez com que uma legião de adolescentes se interessassem pela língua de nossos vizinhos. Os seis integrantes da banda até tentavam arranhar um português com sotaque e os fãs davam gritinhos. Mas todos, incluindo meus três acompanhantes, ouviam e compreendiam perfeitamente tudo o que eles diziam em seu idioma original.
O fenômeno RBD fez com que minha prima de 14 anos, moradora da Baixada Fluminense, começasse a estudar espanhol, apenas com a ajuda de um dicionário. Este ano ela mudou de colégio e a preferência foi por uma escola que, além de inglês, tivesse aulas regulares de… espanhol. Muitos de seus amigos e colegas fizeram o mesmo. O incipiente aprendizado deste idioma amplia seu interesse pelo que se passa nos países vizinhos. Em uma recente viagem que fiz à Argentina, todos os emails trocados com a família para dar noticias da viagem eram intermediados por ela e escritos e respondidos em espanhol. Pra treinar e entrar no clima, ela recomendou. Será que RBD é mesmo uma cultura tão inútil assim? Tenho minhas dúvidas sobre alguns aspectos.

10 - maio - 2008 at 10:55 6 comentários


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