Não deixe o FEBEAPA morrer – A terceirização fede….
Este texto é sobre a arte de trabalhar no serviço público
Vocês se lembram ou já ouviram falar do clássico da crônica brasileira, o Festival de Besteiras que assolam o País (que ficou bacaninha na sigla FEBEAPA)? Pois é. Às vezes, me vêem à memória as histórias deste clássico que retrata com ironia a essência da alma brasileira.
Nele, o cronista Stanislaw Ponte Preta mostra algumas idiossincrasias do serviço público brasileiro como os desmandos autoritários de algumas chefias e o descaso e “corpo mole” dos subordinados em famosas crônicas que já se tornaram um clássico.
Uma delas é a dos dois leões que fugiram do Zoológico e são recapturados: o primeiro, magro cadavérico, depois de três dias de angustias, fome e medo na Floresta da Tijuca e o segundo, depois de seis meses, gordo e preguiçoso, que havia se escondido em uma repartição pública e comia um funcionário por dia. “Uma moleza, segundo o segundo (uma “cacofoniazinha” só pra prender sua atenção, leitor), ao que o primeiro, morrendo de fome perguntou: ” e por que você foi preso?”, prontamente respondido: “cometi um erro fatal, matei a senhora do cafezinho; sentiram a falta dela e me acharam”.
O mesmo Stanislaw, quando este era ainda Sergio Porto e apenas um funcionário CONCURSADO do Banco do Brasil tem uma história curiosa sobre o serviço público. Trata-se do episódio em que este cidadão, responsável pelo atendimento de caixa da primeira instituição financeira brasileira, solicitou ao chefe que se fosse retirada as grades que separavam os funcionários dos clientes. Ele prontamente recebeu a resposta burocrática que o chefe nada podia fazer pois as grades eram patrimônio público, feitas nos anos 20, em “Art Deco” (ou algum desses gêneros cheios de rococó). Ao receber a resposta Sergio Porto acatou e colou em seu guichê (hoje funcionário público se chama servidor público e tem baia ou workstation…) a inscrição: “Por favor, não alimente os animais”.
Hoje me lembrei muito dele e de como gostaria de ter a capacidade de utilizar o humor para por o dedo na ferida . Chego ao trabalho e encontro os funcionários terceirizados da limpeza e serviços gerais em silencioso protesto por estarem TRÊS MESES SEM RECEBER!!! Como consequência direta, os sanitários estão impraticáveis.
Sergio Porto não viveu para ver a vida do serviço público em Brasília, com suas melhoras e, porque não, suas pioras. Ele não viveu pra ver o império dos consultores internacionais e a terceirização. As contradições continuam, apesar do inegável avanço e requalificação da máquina pública, mas, o FEBEAPÀ ainda tem sua força… Poderia continuar escrevendo sobre, mas a realidade chega ao meu nariz . A terceirização, na microfísica do poder do meu entorno, fede….
Audiência pública discute resultados da Conferência de Comunicação de Niterói
Olívia Bandeira de Melo
A I Conferência Municipal de Comunicação de Niterói foi realizada no fim de agosto, como parte da agenda da I Conferência Nacional de Comunicação, que acontecerá de 14 a 17 de dezembro, em Brasília.
Além de propostas encaminhadas para a etapa nacional, a conferência de Niterói apresentou uma série de propostas para políticas públicas locais, que serão debatidas na próxima terça-feira, dia 08/12, às 19h, na Câmara dos Vereadores.
Entre as propostas prioritárias estão a criação de um Fundo Público e de um Conselho Municipal de Comunicação.
Participe e divulgue!
Data: 8 de dezembro de 2009
Horário: 19h
Local: Câmara de Vereadores de Niterói.
Confirme sua presença no Fórum na página do Ning.
http://niteroiconfecom.ning.com/forum/topics/audiencia-publica
Levante sua voz: a democratização da comunicação em vídeo inspirado na linguagem de Jorge Furtado
Olívia Bandeira de Melo
Nesta reta final do processo da I Conferência Nacional de Comunicação, que acontecerá de 14 a 17 de dezembro, em Brasília, o Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social, lança um vídeo muito bacana sobre a democratização dos meios. Inspirado na linguagem de Jorge Furtado, o vídeo trabalha com humor o tema, centrando a discussão nos meios de massa, como a TV e o rádio.
Dirigido por Pedro Ekman e licenciado em Creative Commons, o vídeo pode ser baixado e exibido à vontade. É só clicar neste link.
Para assistir:
Intervozes – Levante sua voz from Pedro Ekman on Vimeo.
Beleza pura
Gustavo Monteiro
Bebeu 3 vodcas e deitou a cabeça no balcão, zonza. Os cabelos louros e melados de suor, sob a fumaça de cigarro que cobria a boate, misturavam-se ao resto de água que os copos largavam no bar. Ainda em dúvida se conseguiria manter-se de pé, optou por não pensar: levantou-se, cambaleante, em direção ao banheiro, machucando os cantos das mesas com os quadris angulosos de 58 centímetros. Alta. Maquiagem escorrendo dos olhos esverdeados com as gotas salgadas até o meio do rosto, já borrado com parte do batom cor de carne que se desprendera. Banheiro errado. Merda. Apoiou-se na parede, difusa sob a luz alaranjada do corredor, até se deparar com o espelho do banheiro certo. Tirou o pouco de pó que ainda tinha de dentro do bolso do jeans número 34, fez força para manter a pouca lucidez que lhe restava, dura para não cair. Cheirou tudo numa carreira só, nariz ardendo gostoso. Os saltos insistiam em não permanecer na vertical. Porra, cadê o Júlio? Foda-se. Olhou os rostos sem forma que passavam pela sua frente, ignorantes do seu estado quase letal. Trincou. A cocaína deu a força de que precisava para escapar dali. Júlio, me tira daqui, porra. Táxi, avenidas, frio, neblina, esquinas, putas, postes, cachorros, escuro escuro escuro. Acordou às 7h, depois de quatro horas de sono e nenhum segundo de sonho. Dirigiu-se para a cozinha, tomou um copo de água gelada e comeu o resto de gelatina diet sabor cereja. Precisava estar magra, tamanho 34. Tomou um banho frio, passou corretivo base pó compacto lápis de olho sombra esfumaçada blush batom clarinho. Secou os cabelos e se penteou longamente. E saiu de casa, apressada, para a sessão de fotos de um editorial de moda da marca de jeans que ela usara na noite anterior.
10 - novembro - 2009 at 19:31 Gustavo Monteiro Deixe um comentário
Em tempos de Lei Seca
Gisele Maia
Para alegrar o feriado, segue um vídeo alemão bem educativo, que demonstra como os motoristas podem ser afetados, de maneira específica, por 9 tipos de droga: heroína, maconha, LSD, cocaína, álcool, válium, ecstasy, cola e absinto.
Conferência Livre de Comunicação para a Cultura
Olívia Bandeira de Melo
As etapas preparatórias da I Conferência Nacional de Comunicação seguem acontecendo em todo o país, como podemos conferir no site da Comissão Pró-conferência. No Rio de Janeiro, a próxima atividade agendada é a Conferência Livre de Comunicação para a Cultura, que acontecerá no próximo sábado, dia 10 de outubro, das 12h às 18h, no Campus da Praia Vermelha da UFRJ.
A conferência livre soma-se às conferências municipais e regionais que aconteceram no estado, com o objetivo de mobilizar, debater e encaminhar propostas para a I Conferência de Comunicação (CONFECOM), que acontecerá em dezembro de 2009, em Brasília. Além disso, debaterá propostas que serão encaminhadas para a II Conferência Nacional de Cultura, que acontecerá em 2010.
Eixos das propostas para a Confecom
Eixo 1: Produção de Conteúdo
Eixo 2: Meios de Distribuição
Eixo3: Cidadania, Direitos e Deveres
Metodologia
A conferência será organizada em 3 Grupos de Trabalho (GTs) em torno dos 3 eixos da Confecom e, ao final, as propostas de cada GT serão sistematizadas e aprovadas em plenária.
Documentos de base para o Debate: http://www.trezentos.blog.br/?p=3151 e http://www.rioproconferencia.com.br/
Antes da plenária, às 12h, haverá a exibição do filme Rip: um manifesto remixado, que discute a indústria da cultura e o direito autoral em época de reconfiguração da produção, circulação e consumo cultural propiciada pelas novas tecnologias de produção musical e audiovisual. Uma pauta da comunicação e da cultura. Publico o trailer abaixo e o filme completo pode ser baixado no site.
Conferência Livre de Comunicação para a Cultura
Dia 10 de outubro, sábado, das 12h às 18h
Local: Auditório da CPM da ECO-UFRJ (Campus da Praia Vermelha)
Av. Pasteur, 250 fundos (entrada ao lado do Hospital Philippe Pinel)
Realização: Fórum de Mídia Livre e Fórum dos Pontos de Cultura do Rio de Janeiro
Apoio: Pontão da Eco
Como chegar: http://www.pontaodaeco.org/node/88
Mais informações: pontao.eco@gmail.com, telefones (21) 3873-5076 e (21) 39735067
7 - outubro - 2009 at 23:32 Olívia Bandeira Deixe um comentário
Museu, espaço de memória
Monique Cardoso
Lembra do escândalo da LBA? Quem é Edemar Cid Ferreira? Quem desviava $ das iobras do Tribunal Regional do Trabalho, em São Paulo? Em que peça do vestuário um certo deputado escondia dólares?
O Museu da Corrupção, espaço virtual criado pelo jornal paulista Diário do Comércio criou, serve para nos lembrar das safadezas que não podemos jamais esquecer. Ano que vem tem eleição.
http://www.dcomercio.com.br/muco/home.htm
29 - setembro - 2009 at 22:17 Monique Cardoso Deixe um comentário
O que pretende Manoel Carlos?
Leo Cosendey
Semana passada, assisti a três capítulos da nova novela das oito nove, a tal de Viver a Vida. A impressão que tive é que os diretores do folhetim querem transformá-lo na primeira novela em tempo real da história, algo no estilo de 24 Horas, já que, ao longo desses três capítulos, apenas uma cena se desenrolou: o casamento da Taís Araújo com o José Mayer, coitada dela. Ou talvez seja questão de estilo: assim como a anterior tinha influência hindu, esta tem influência iraniana, pelo menos no andar (ou melhor, rastejar) da história.
Ao longo daqueles três sofridos capítulos, fiquei pensando em que mundo vivem os personagens da novela. Uma top model internacional, cuja mãe é dona de uma pousada em Búzios, arranja um coroa que aluga um iate com tripulação completa apenas pra dar uma cavucada, como diria o Mussum. A filha deste coroa é outra top model internacional, que mora com a mãe num apartamento de cinco quartos no Leblon e tem umas três empregadas, todas uniformizadas. O coroa e a gatinha vão passar uma lua de mel de uns quatro meses de duração em Paris. Algum personagem, agora não me lembro quem, cansado dos enooooormes engarrafamentos até Búzios, resolve passar a ir pra lá de helicóptero.
Certo, certo. Não é de hoje que as novelas globais têm pobres limpos, cheirosos, que fazem três refeições por dia e moram numa casa de quatro cômodos sem goteiras e com todas as paredes pintadas. No entanto, um detalhe ao fim de todos os capítulos me chamou a atenção: o momento mundo-cão.
Ao final de cada capítulo, um desgraçado qualquer aparece para contar suas misérias: num dia, foi uma mulher que contraiu Aids em sua primeira transa; em outro, um rapaz que não tinha braços nem pernas; no terceiro, outra mulher que apanhava desde criança, primeiro do pai, depois do marido.
Enfim, o que pretende Manoel Carlos? Mostrar aos pobres mortais que o mundo de verdade é bem diferente do conto de fadas em que vivem seus personagens? Qual é o sentido, afinal, de mostrar histórias de pessoas que, pra não desperdiçar o clichê, “venceram na vida”, se na meia hora anterior o que se vê é só luxo e luxúria?
Juntas, a ficção e a realidade parecem dizer apenas: “este mundo não é seu, campeão. Mas não fique triste. Tem gente que está pior do que você.” Fala sério.
Contos para o twitter – Experiência literária em até 140 caracteres
Ele era músico. Ela, revolucionária. “Esqueça, amor, são todos violinistas neste governo. Pegaram com a esquerda, dedilham com a direita”.
Tira-teima: http://twitter.com/lucianagondim
Comentários